Orientações básicas para elaboração de atividades pedagógicas na perspectiva da Educação Especial Inclusiva

Considerando o Ofício Circular n.º 110/2020 – GESTOREMREDE/SEDUC que trata sobre os materiais pedagógicos produzidos pelas equipes técnicas da Gerência de Alfabetização e Letramento, Educação Infantil e Anos Iniciais (GALEIAI) e Gerência de Educação Integral e Anos Finais (GEIAF).

Considerando a Lei Brasileira de Inclusão nº 13.146/2015 que garante Educação de qualidade à pessoa com deficiência, bem como a
responsabilidade do poder público desenvolver o aprimoramento dos sistemas educacionais, visando a garantir condições de acesso, permanência, participação e aprendizagem, por meio da oferta de serviços e de recursos de acessibilidade que eliminem as barreiras e promovam a inclusão plena.

Considerando também a norma técnica da ABNT – NBR-9050:20151, que define Desenho Universal como “concepção de produtos, ambientes, programas e serviços a serem utilizados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou projeto específico” , e cujos princípios se aplicam no desenvolvimento de projetos pedagógicos para serem fruídos por pessoas com ou sem deficiência, no maior tipo de situações possíveis. (Ver no Anexo A, p.139, os princípios do Desenho Universal. Disponível em: http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/pfdc/temas/inclusao-de-pessoas-com-deficiencia/legislacao/abnt-n
br-9-050-2015/view
)

Apresentamos este material, que foi desenvolvido pela equipe técnica da Gerência de Educação Especial – GEE para orientar os profissionais quanto a elaboração de atividades pedagógicas que visem a inclusão de todos os estudantes da Rede Municipal do Recife no período de realização de atividades remotas.

Destacamos que este instrumento não deve ser considerado como único material de pesquisa e orientação, tendo em vista a individualidade de cada estudante, com ou sem deficiência, a qual torna necessário pensar em diversas estratégias a serem utilizadas no momento da criação/elaboração de atividades pedagógicas.

Tais materiais são produzidos com base na Política de Ensino do Recife, concomitante à Base Nacional Comum Curricular, numa perspectiva integrativa, com temáticas contextualizadas, orientações de estudo e rotinas para os estudantes de anos iniciais, bem como a promoção de atividades, jogos e brincadeiras. Os materiais produzidos para os estudantes de anos finais são apresentados nas plataformas digitais UniRec, espaço que contém a indicação e distribuição de objetos digitais de aprendizagem de curta duração,
como vídeos educativos, videoaulas, animações, simuladores, infográficos, sem a necessidade de conexão simultânea.

Enfatizamos que essas atividades foram pensadas como MATERIAL COMPLEMENTAR e cabe ao professor utilizá-lo como uma das opções para o trabalho com o estudante, em observância a individualidade de cada turma e de cada estudante em particular.
Neste sentido, apresentamos algumas orientações para elaboração das atividades pedagógicas, numa perspectiva inclusiva:

Bloco de Atividades Pedagógicas escritas:

  • Orientações quanto ao uso de Imagens:
  1. Sempre que possível, utilizar imagens associadas ao que se pretende desenvolver na questão como recurso para facilitar o entendimento por estudantes surdos, autistas e com deficiência intelectual;
  2. A escolha deve privilegiar imagens com boa resolução, caso seja necessário dar zoom, imagens (o mais objetivas e próximo da realidade), sem fundo ou com fundo neutro e com cores contrastantes, o que facilitará sua compreensão por estudantes com baixa visão, autistas e com deficiência intelectual.
  3. Legendar as imagens apresentadas descrevendo seu conteúdo, pois isso facilita a identificação por um leitor de telas e a compreensão de imagem subjetivas. (Veja o vídeo “Como legendar imagens no Word” com mais orientações técnicas a respeito: https://youtu.be/7qyaSpWI57Q )
  • Orientações quanto à elaboração das questões:
  1. Não utilizar textos muito longos, pois isso dificulta o acesso ao entendimento do objetivo da questão ou conteúdo da mesma. Ser simples e objetivo. Evitar o emprego de metáforas, expressões e palavras figurativas, abstratas ou de duplo sentido. Tamanho da fonte: sugerimos a utilização de fonte igual ou maior que 16, para tornar a leitura mais confortável.
  2. É preciso ter cuidado também quando se publica materiais em PDF. Verifique se o arquivo contém o texto pesquisável, isto é, o texto propriamente dito, ou se está disponível em formato de imagem. O PDF em formato de imagem dificulta o acesso com leitores de tela e inviabiliza o acesso aos estudantes cegos e com baixa visão.
  3. Atividades de língua portuguesa que explorem a correspondência grafofônica da língua devem apresentar uma orientação no enunciado: “Não recomendada para estudantes Surdos”.
  4. Na escolha da forma de resolver as questões, levar em conta a opção mais simples e objetiva, bem como oferecer alternativas que possam ser realizada por estudantes com e sem deficiência e adaptável a qualquer nível de desenvolvimento. Por exemplo:
    ● Apontar como alternativa a marcar.
    ● Relatar ou fazer colagens como alternativa a desenhar.
    ● Escolher entre “sim e não” como alternativa a escolher entre muitas palavras/conceitos.
    ● Dispor a letra da música ao invés de apenas indicar sua audição, e se possível buscar uma versão com interpretação em Libras da música.
    ● Manipular objetos concretos como alternativa à abstração.
    ● Evitar muitas questões que exijam a habilidade de completar o todo através da junção das partes, o que costuma ser
    de grande dificuldade para pessoas autistas, por exemplo, letras pontilhadas, caça palavras, completar imagens, etc.
    ● Evitar excesso de questões com cruzadinhas, gráficos complexos e outras que dificultem e até impeçam sua adaptação por parte do professor do AEE: pense sempre se há uma forma mais simples de propor a questão. Em qualquer nível de ensino, as atividades não precisam ser difíceis para promover o aprendizado, precisam ser prazerosas.
    ● Sempre que possível, indicar outras fontes sobre o tema relacionadas com a resolução de problemas reais para que os estudantes com altas habilidades/superdotação possam aprofundar conhecimento do conteúdo exposto.

Vídeo aulas e vídeos educativos:

1. Alguns canais de música e conteúdo do Youtube não autorizam o uso dos vídeos por terceiros. Sendo assim, procure selecionar vídeos que já estão acessíveis com janela de Libras e audiodescrição. Para tanto, ao fazer a busca no YouTube, já colocar ao lado do tema a palavra “LIBRAS” e “AUDIODESCRIÇÃO”.

2. O canal Ensinando meu Filho, link:
https://www.youtube.com/channel/UCo_GJ-xMCWCeJ4jrPxcFk_A já autorizou o uso dos vídeos para a edição e inclusão da janela de Libras. Indicamos o conteúdo desse canal como sugestão de vídeo educativo. Se for aceito, enviar o link para o email educacao.especial@educ.rec.br para que esta gerência possa fazer a tradução em Libras.

3. Os vídeos autorizados, editados e com a janela de Libras e audiodescrição serão postados no canal do Youtube da Gerência de Educação Especial no seguinte link: https://www.youtube.com/channel/UCBdBAjOJI1EQHmXI9qUYSTw
Nos blocos de atividades, deve constar o link para os vídeos com acessibilidade.

4. Orientação para vídeos produzidos pelas demais Gerências: gravar na horizontal e deixar um espaço livre (sem informações, imagens, textos) no canto inferior direito para inserção da Janela de Libras. Enviar o vídeo para o email educacao.especial@educ.rec.br para que esta gerência possa fazer a tradução em Libras.


● Para fins de adaptação e enriquecimento curricular das atividades, sugerimos, como uma alternativa, a utilização do Catálogo de Games e sites acessíveis, que pode ser utilizado por estudantes com ou sem deficiência. Ele pode ser acessado no site do Portal da Educação, NESTE LINK.

Bibliografia recomendada:
● MOTTA, Janine. Como tornar os materiais acessíveis para pessoas com deficiência visual. Disponível em:
https://resultadosdigitais.com.br/blog/conteudo-acessivel-para-deficientes-visuais/
● UFRB-NUPI – Orientações para professores de estudantes com baixa visão. Disponível em:
https://www1.ufrb.edu.br/nupi/images/documentos/Orientaes%20para%20professores%20de%20estudantes%20com%20baixa%20viso.pdf
● BRITO, Maria Cláudia. Estratégias de Intervenção no Transtorno do Espectro do Autismo. Disponível em:
https://www.oeducador.com/download.php?arquivo=25731Intervencao_autismo.pdf
● INSTITUTO ITARD. Como adaptar atividades para alunos com deficiência. Disponível em:
https://institutoitard.com.br/produto/ebook-como-adaptar-atividades-para-alunos-com-deficiencia/
● AUTISMO & REALIDADE. Cartilha Autismo e Educação. Disponível em: https://autismoerealidade.org.br/convivendo-com-o-tea/cartilhas/cartilha-autismo-educacao/
● Dicas para professores que trabalham com autistas. Disponível em: https://www.soescola.com/2017/08/dicas-para-professores-que-trabalham-comautistas.html
● MEC. Atendimento Educacional Especializado – Deficiência Física. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_df.pdf
● MEC.Saberes e práticas da Inclusão – Dificuldades acentuadas de aprendizagem – Deficiência Múltipla. Disponível em:
http://portal.mec.gov.br/sinaes/192-secretarias-112877938/seesp-esducacao-especial-2091755988/12654-saberes-e-praticas-da-inclusao-educacao-infantil
● MEC. Atendimento Educacional Especializado – Deficiência Visual. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/aee_dv.pdf
● Incluindo alunos com Síndrome de Down no Ensino Fundamental. Disponível em: https://institutoinclusaobrasil.com.br/incluindo-alunos-com-sindrome-de-down-na-escola/
● MEC. A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar- Abordagem bilíngue na escolarização de pessoas com surdez. Disponível em: http://ramec.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1829&Itemid=1
● MEC. Saberes e práticas da Inclusão – Dificuldades acentuadas de aprendizagem – Altas Habilidades/Superdotação. Disponível em: http://ramec.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_download&gid=1835&Itemid=1
● INSTITUTO PARADIGMA. Tecnologia Assistiva e Níveis de Participação. Disponível em:
https://iparadigma.org.br/biblioteca/educacao-inclusiva-tecnologia-assistiva-e-niveis-de-participacao/
● Norma da ABNT – NBR-9050:2015. Ver no Anexo A, p.139, os princípios do Desenho Universal. Disponível em:
http://www.mpf.mp.br/atuacao-tematica/pfdc/temas/inclusao-de-pessoas-com-deficiencia/legislacao/abnt-nbr-9-050-2015/view

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